Quantcast
Channel: Bichos e demais familia
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1159

Sobre rapinas diúrnas galegas (por C. Damián Romay Cousido)

$
0
0
  Poderia ser interessante falarmos de rapinas na Galiza. Quiçá seja bom convidar aos leitores e leitoras em geral a intervir e a Luis Tapia, Xabier Vázquez Pumariño, Alberto Gil "Toupa", Antonio Fontoira, Alberto Monteagudo e Juan Carlos Epifanio (e companheiros; por dizer alguns expertos, nom quero ser exaustivo, quiçá me esqueço de alguém) em particular, a que falemos das rapinas diúrnas galegas. Ou ao mestre Souza a que simplemente reflexione sobre este grupo de aves!
Começo eu, ponhendo aparte das fontes se som duas ou mais; toma(de) os meus comentários como impressons pessoais "a vuelapluma", porfa:
  • Pandion haliaetus, Águia pescadora: penso que a leitura da monografia da espécie publicada por SEO/BirdLife é de obrigada consulta (1). Ademais, estám as contagens mais recentes da espécie em inverno, e numerosas observaçons quase todos os meses do ano… Recomendo por certo este post (2) de Enrique Sampedro e estoutro(s) de Antonio Gutiérrez (3). Eu tenho a impressom que a esta espécie vai-lhe bem a cousa por terras galegas, ainda que nom ao 100% (lembro umha com anilha que aparecera em Ortigueira morta por causas humanas). Aportade matizes ou comentários que seguro que há muitos para a espécie.  Ref 1: Censo águila pescadora nidificante e invernante en España y Portugal, 2: Blog Ría de Ribadeo, 3: Blog Gaviotas y anillas 
Águia pescadora (Pandion haliaetus)
  • Elanus caeruleus, peneireiro cinzento: esta espécie parez que tivo um momento de “glória” nos tres primeiros lustros deste século XXI na Galiza (com os primeiros episódios de cria), mas neste quarto lustro (2015-2020) semelha que os registos fôrom pouco a pouco languidecendo. Tedes a mesma impressom? Será pola dinámica das populaçons de roedores? 
  • Gypaetus barbatus, quebraóssos: além da cita de Cervantes de 2013 (1), agora que já a temos criando con êxito no Cordal Cantábrico (2) seria de esperar algumha observaçom mais na Galiza. Ref. 1: Aves raras en Galiza 2012-2013 SGO, 2:Fundación para la conservación del Quebrantahuesos 
  • Neophron percnopterus, voitre branco: polo que sei, seguem persistindo na Galiza como nidificantes, mas os datos mais recentes que tenho estám aqui: El alimoche en España (SEO) Se alguém quere aportar algo mais actualizado, adiante.
  • Pernis apivorus, abelheiro europeu: umha das rapinas mais mediáticas na Galiza nos últimos anos (1), penso que todo a raíz dum trabalho académico (2), e que, sem dúbida, goza de boa saúde populacional na nossa terra (o abelheiro). Quantas parelhas haberá já na Galiza? Recompilo: vendo a Guía das Aves de Galicia de 1991 (feita de modo mui meritório por Xosé Manuel Penas Patiño, Carlos Pedreira e Xan Silvar, chapeau!) há umha mençom ao CPAN (catálogo provisional de aves nidificantes ameaçadas de Galiza) de 1989 no que di que haveria menos de 10 parelhas da espécie na nossa terra (3). Nos anos 1998 a 2002 estimaram-se já 75-150 parelhas mas quiçá em declive (X. Vázquez Pumariño em Martí & Del Moral, 2003) (4). Embora, no censo de rapinas florestais coordinado por Palomino & Valls (2011), estimou-se com um 90% de intervalo de confiança 670-750 territórios (assimiláveis a parelhas?) na Galiza (5). Haverá agora 1000? Pode ser…  Ref. 1: Faro de Vigo  2: Revista Ecosistemas 3: Guía das aves de Galicia, 4: Atlas de aves reproductoras (SEO), 5: Las rapaces forestales de España (SEO)
 Abelheiro europeu (Pernis apivorus). Foto: X.V. Pumariño

Abelheiro europeu. Foto: Xabier Vázquez Pumariño

  •  Gyps rueppelli, voitre de Rüppell: há essas duas observaçons no Ourol, aparentemente de duas aves diferentes (1). Nom seria estranho que houver algumha mais no futuro acorde com o assentamento deste voitre africano na Península Ibérica (2).Ref. 1:Blog Birderscove, 2: Birdguides
  •  Gyps fulvus, voitre comum: mui pouco sai para Galiza na recentíssima monografia de SEO/BirdLife El buitre leonado en España, se bem é conhecida a sua presença desde há 2-3 décadas na Galiza (e mais atrás, ver o livro de Aves da Límia de Villarino et al.) fóra da época de cria, que penso que está consolidada (ver centos de citas da espécie em plataformas de ciência cidadá como o NOG, eBird e Observado, e nos Anuários das Aves de Galiza).
  •  Aegypius monachus, voitre negro: Galiza é ignorada na monografia da espécie (1), ainda que há muitas citas da espécie no Anuários e nas plataformas de ciência cidadá… Assi é todo, segue sendo considerada rara na Galiza (2). Ref: 1: El buitre negro en España (SEO), 2: Aves raras en Galiza 2014-2015 (SGO) 
  • Circaetus gallicus, cobreira europeia: no CPAN de 1989 mencionado na Guía das Aves de Galicia de 1991 di-se que haveria daquela de 30 a 80 parelhas da espécie na nossa terra. No Atlas de Martí & Del Moral (2003) nom se tiram conclussons acerca da populaçom desta rapina (1), mas pola cobertura acadada quiçá a cifra seria doadamente superior a 100 parelhas (impressom 100% pessoal). Para os anos 2009-2010 deu-se para Galiza un intervalo con 90% de confiança de 330-400 territórios, nom sei se todos assimiláveis a parelhas (2). Bem, eu penso que esse foi o “pico” populacional da espécie na Galiza, e que agora está em diminuiçom… Entre impactos com aerogeradores e cámbios de hábitat na Dorsal Galega, quiçá agora nom se superem as 200 parelhas na Galiza. Concordades? Ref.: 1: Atlas aves reproductoras de España (SEO), 2: Las rapaces forestales de España (SEO)
  • Clanga clanga, águia manchada: só umha cita homologada polo CR/SEO na Galiza de Nacho Fernández Otero em Boiro (De Juana, E. y el Comité de Rarezas de la Sociedad Española de Ornitología. 2001. Observaciones de aves raras en España, año 1999. Ardeola 48(1): 117-136); penso que outra observaçon aqui propiciaria um 'twitch' dos bos.
  • Hieraaetus pennatus, águia calçada: a espécie está em aumento na Galiza, nidificando incluso perto das cidades da Corunha, Lugo e Ourense e quiçá também na zona de Vigo e Ponte-Vedra. O censo de rapinas forestais de 2011 dá um intervalo de 520-610 territórios para Galiza, que a dia de hoje penso que seriam mais (750?). Oppinions welcome.
  •  Aquila adalberti, águia imperial ibérica: rareza na Galiza segundo o Comité Avifaunístico, como umha cita homologada em Porto do Som de Juan Cabeza (1) e mencionada também na antiga lagoa de Antela por Villarino e no interior de Ponte-Vedra por Paco Gómez de la Torre (2). Também Francisco Espinosa Alemany (Espina, andas aí? ;) ) observou umha águia no Courel que bem poderia ser esta espécie. As cousas marcham bem para esta majestuosa águia (3) e penso que se poderiam produzir mais avistamentos na Galiza. Ref.1: Aves raras en Galiza 2010-2011 (SGO), 2: Blog Birderscove 3: Estrategia para la conservación del águila imperial en España y Portugal
  • Aquila chrysaetos, águia real: aliás da Monografia de SEO da espécie há um trabalho em marcha da espécie na Galiza. Luis Tapia, Alberto Gil “Toupa” trabalharom (e trabalham) desde há anos coa espécie, e sei que outros observadores (p. ex. Juan Carlos Epifanio) também aportarom o seu grau de areia. Todo comentário é bem-vindo…
  •  Aquila fasciata, águia perdigueira: na monografía de SEO apenas sae nada da espécie na Galiza (1). No Comité Avifaunístico tivemos a oportunidade de analisar vários registos, a maioria de aves marcadas con GPS em Portugal (2). Certamente, há mais registos na Galiza ainda sem homologar (cf. p .ex. Anuários das Aves de Galiza). Ref.: 1: El águila perdicera en España (SEO), 2: Aves raras en Galicia 2012-2013 (SGO)
  • Accipiter nisus, gabiám comum: no censo de rapinas forestais de Palomino & Valls (2011) dam-se 1390-1540 territórios para Galiza. Penso que a espécie está estável na nossa terra, com impactos positivos (aumento da cobertura arbórea) e negativos (impactos com vidros, atropelos, escopeteiros, moléstias). Estades dacordo?
 Gabiám (Accipiter nisus)

Gabiám, fémia adulta
  • Accipiter gentilis, açor comum: indico o mesmo que para o gabiám, mas os territórios seriam de 860 a 940 com um 90% de fiabilidade. Epi, qué opinas?
  • Circus aeruginosus, tartaranha das junqueiras: esta espécie é das que sempre me pergunto: quantas parelhas criam na Galiza? 1? 2? Máis? Nenhuma? Há aves em hábitats propícios também na época de cria (esteiro do Minho, Complexo Ons - Ogrove, Dodro, Cospeito, quiçá outros sítios). Desconcerta-me algo esta ave, a verdade…
  • Circus cyaneus, gatafornela: segundo o censo publicado recentemente por SEO/BirdLife, habería de 9 a 36 parellas na nosa terra, todas nas provincias de Lugo e Ourense (El aguilucho cenizo y el aguilucho pálido en España (SEO 2017)). Há um comentário nesta publicaçom: “Evolución de la población Como en el caso del aguilucho cenizo, la comparación de los datos del censo actual con los del censo del 2006 refleja un declive catastrófico en el número de aguiluchos pálidos en la comunidad, del 70-87% de las parejas reproductoras (…) lo que implicaría que la especie está en peligro de extinción a nivel autonómico”. Pumariño: tés algo mais que engadir? A cousa pinta malamente…
  • Circus macrourus, tartaranha de papo branco: espécie rara na Galiza (1), com umha única cita em Ortigueira (2), pero que actualmente nom é rareza a nível espanhol (3), com un caso de cria em Palência (4). Será o anúncio de mais citas na Galiza? Quiçá umha tartaranha em outono na Terra Chá ou A Límia mereça um exame detalhado…Ref.: 1: Aves raras en Galicia 2014-2015 (SGO), 2:Blog Birderscove, 3: Aguilucho papialbo en España, 4: Primera cita de reproducción confirmada de aguilucho papialbo en España.
  • Circus pygargus, tartaranha cinzenta: ver gatafornela, mas haveria entre 84 e 218 parelhas estimadas en 2017 que suponhem um declive mínimo do 59% e máximo do 81% com respeito ao censo de 2006. Reproduzo comentário: “Este descenso se atribuye fundamentalmente al cambio de usos de suelo, principalmente la destrucción de tojares (hábitat principal de nidificación del aguilucho cenizo en la comunidad) para la producción de maíz (Tapia et al., 2016), y es particularmente preocupante si se considera no sólo que Galicia representaba un bastión para la reproducción del aguilucho cenizo en vegetación natural en nuestro territorio, sino que es además el centro de la reproducción de individuos melánicos a nivel europeo (Vázquez-Pumariño, 2014)". Eu engadiria que os campeiros de caça som convertidos em eucaliptais, assi como as tojeiras som roçadas e eucaliptizadas. Pumariño: algo que engadir?
 Tartaranha cinzenta (Circus pygargus) fémia Foto: X.V. Pumariño

 Tartaranha cinzenta, macho melánico. Foto: X.V. Pumariño

Tartaranha cinzenta, macho morfo típico. Foto: Xabi Vázquez Pumariño
  • Milvus milvus, minhato real: dados mui interessantes no censo de rapinas florestais de Espanha (Palomino & Valls, 2011) (1): de 3 a 32 territórios em época de cria na Galiza, para umha espécie tratada como “rara” na nossa terra (2), pero com cada vez mais citas em plataformas de ciência cidadá (NOG, eBird, Observado…) e nos Anuários das aves de Galiza. Sem dúvida, umha espécie num momento doce em território galego. Ref.: 1:Las rapaces forestales en España, 2: Aves raras en Galicia 2014-2015 (SGO)
  • Milvus migrans, minhato negro: no devandito censo de rapinas florestais de 2011 estipulam-se 600-730 territórios da espécie para Galiza com dados do período 2009-2010. A impressom que tenho é que, mais menos, a tendência é estável deste entom, logo do impressionante aumento de citas (incluíndo na costa) na década de 1990 e de 2000.
  • Haliaeetus albicilla, pigargo europeu: umha só cita na Galiza, reportada na Guia das aves de Galicia de 1991 e que foi a seguinte: “Águia mariña. Temos unha cita de SANTAMARINA e L. BEIRAS (com. pers.) dun adulto no cabo Ortegal en maio de 1984”. Alguém tem mais dados deste registo?
  • Buteo rufinus, buxato ruivo: só umha cita homologada na nossa terra o 29 de abril de 1995 em Lobeira (Ourense), visto por Antonio Villarino e Serafín González (1​). Espécie de taxonomia discutida (2) e de identificaçom delicada, mais ainda logo dos híbridos registados na zona do Estreito de Gibraltar (3). Todo um reto para os observadores de aves! Ref.: 1. De Juana, E. y el comité de rarezas de la Sociedad Española de Ornitología. 1997. Observaciones de aves raras homologadas en España. Año 1995. Ardeola 44: 127, 2: Blog MagrebOrnitho (North African Buzzzard is...), 3: Sobre los ratoneros moros del estrecho
  • Buteo buteo, buxato comum: a rapina diúrna mais frequente da Galiza, e penso que com populaçom estável desde que tenho memória: os montes que tinham buxato seguem a tê-lo, os pousadoiros habituais… aí estám, e a sensaçom que, a pesar do passo dos anos, segue sendo freqüente. Há umha estima de 2.290-2.470 territórios para Galiza (Las rapaces forestales en España).
  • Falco naumanni, lagarteiro das torres: protagonista de espectaculares reunions pós-nupciais especialmente na província de Lugo, já comentadas por Mead em Monforte de Lemos a finais do verao de 1965 (1). Os melhores números neste século fôrom documentados na Terra Chá (ver NOG, eBird e Observado) e Anuários das Aves de Galiza. Assi e todo, a espécie é ainda considerada rara na Galiza (2), quiçá nom por muito tempo mais acorde do avance dos registos homologados polo Comité Avifaunístico (3). Ref. 1: https://www.ardeola.org/uploads/articles/docs/1088.pdf, 2: Comité Avifaunístico SGO, 3: Aves raras en Galicia 2014-2015 (SGO)
  • Falco tinnunculus, lagarteiro comum: a diferença doutras rapinas, penso que esta espécie está a passa-lo mal na Galiza… faltam-me dados… quem me/nos ajuda?
  • Falco vespertinus, falcón vespertino: falcónido raro na Galiza, também chamado lagarteiro patirrubio, que foi protagonista dum “influxo” extraordinário em 2015 (Blog Birderscove). A ver se se repite…
  • Falco eleonorae, falcom de Eleonora: espécie rara na Galiza, com registos posteriores a 2010 (ver NOG). No Comité Avifaunístico estamos a trabalhar com ela, umha destas citas foi já rejeitada porque “a descrición aportada non permite descartar a posibilidade dun Falco subbuteoescuro" (Aves raras en Galicia 2014-2015 (SGO).
  • Falco columbarius, falcom esmerilhom: escaso e disperso em inverno, pero, ao igual que apuntava para Buteo buteo, tenho a sensaçom que leva estável desde há anos.
  • Falco subbuteo, falcom pequeno: com um intervalo de confiança do 90%, estabeleceu-se que na Galiza haveria na temporada 2009-2010 de 610 a 690 territórios de cria deste falcom estival (Las rapaces forestales en España (SEO). Parez-me umha boa cifra ainda que penso que a espécie diminuiu nos últimos anos… ou polo menos nom se vem as concentraçons primaverais da espécie a caçar libelinhas por cima de zonas húmidas comunicadas nos 90 e primeiros anos do século XXI. Concordades?
  • Falco cherrug, falcom sacre: até onde sei, as citas que há na Galiza desta ave som de aves de cetraria... Mas vendo o que fijo Pyrgos (Ardeola, pág. 455) que andivo pola vizinha província de Zamora sonhar com um sacre na Terra Cha ou na Límia (por exemplo) nom seria descabelado na minha opiniom.
  • Falco rusticolus, falcom gerifalte: hai umha cita antiga em Camarinhas e outra nom homologada (1), mas houve um ave de 1º inverno mui perto de Galiza na costa asturiana (2). Indico o mesmo do 'sonho' do sacre. Ref.: 1: Blog Birderscove, 2: Ardeola, pág. 376.
  • Falco peregrinus, falcom peregrino: o que sei da situaçom desta ave na Galiza é pouco mais que o que sai aquí: El halcón peregrino en España (SEO 2008)Se alguém tem dados mais actuais, porfa que o escriba neste blogue...
Tartaranha cinzenta (Circus pygargus). Foto. X.V. Pumariño

Agradecimentos: A Damián pola redacçom íntegra do texto e a Xabi Pumariño por ceder várias das suas magníficas fotografias para este post

Viewing all articles
Browse latest Browse all 1159